Os vinhos alentejanos oferecem muito prazer,
são encorpados e de forte exuberância aromática, redondos e suaves, com
capacidade única para serem bebidos jovens, sabendo envelhecer com distinção.
Vamos conhecer a DOC e as sub-regiões do Alentejo?
1. Borba
Borba é a segunda maior sub-região do Alentejo, estendendo-se
entre o eixo que une Estremoz a Terrugem, alargando-se a Orada, Vila Viçosa,
Rio de Moinhos e Alandroal, terras pontuadas por depósitos colossais de mármore
que marcam de forma indelével a viticultura e o carácter dos vinhos da
sub-região. As manchas alargadas de solos de xisto vermelho, distribuídas de
forma heterogénea pelas terras pobres e austeras de Borba, são a principal
alternativa ao mármore. Borba possui um microclima especial que lhe assegura índices
de pluviosidade levemente superiores à média, bem como níveis de insolação ligeiramente inferiores à média
alentejana, proporcionando vinhos especialmente frescos e elegantes.
2. Évora
No final do século XIX, Évora era uma das regiões de maior
prestígio nacional, tendo sido reconhecida como uma das sub-regiões mais
vistosas e admiradas do Alentejo, berço de muitos dos vinhos mais cobiçados da
região. Foi preciso esperar até ao final da década de oitenta do século passado
para assistir ao renascimento de Évora, capital do Alentejo central. A paisagem
é dominada pelos solos pardos mediterrânicos, numa paisagem quente e seca que é
berço de alguns dos vinhos mais prestigiados do Alentejo.
3. Granja-Amarela
Alonga-se com a
fronteira espanhola, disposta em nos contrafortes da Serra de S. Mamede, em
fragas redor da vila de Mourão. É aqui que subsiste um cujos picos chegam a
transpor os mil metros de dos climas mais áridos e inclementes de Portugal.
Os solos são pobres, forrados a barro e xisto, proporcionando
rendimentos muito baixos, condicionados pela falta de água, pelo baixo índice
de matéria orgânica e pela superficialidade da cobertura vegetal. É uma zona de
extremos que dá origem a vinhos de carácter vincado. Os Verões muito quentes e
secos implicam maturações precoces, acomodando vinhos quentes e suaves, de grau
alcoólico elevado. A casta Moreto, uma das variedades mais características da
sub-região, adaptou-se especialmente bem a esta sub-região.
4. Moura
O clima revela uma forte influência continental, com fortes
amplitudes térmicas que causam Invernos frios e rigorosos e Verões tórridos,
secos e prolongados. Os solos são muito pobres, onde o barro e o calcário
dominam a paisagem, com solos pouco profundos, duros e inclementes para a vinha
mas com boa capacidade de retenção de água. A casta Castelão domina a paisagem, mostrando uma adaptação
perfeita aos rigores de um clima tão extremado. Os vinhos de Moura apresentam
um perfil quente e macio, com graduações alcoólicas consequentes.
5. Portalegre
É a sub-região que mais se diferencia pela
qualidade e condição. Em Portalegre quase tudo é original, desde os solos às
vinhas, da altitude à idade média dos vinhedos. Dispostas majoritariamente nos
contrafortes da Serra de S. Mamede, em fragas cujos picos chegam a transpor os
mil metros de altitude, as vinhas beneficiam-se do clima moderado pela
altitude, mais fresco e húmido que o habitual, proporcionando vinhos frescos e
elegantes. Os solos de origem predominantemente granítica convivem, nas costas
mais baixas, com pequenas manchas de xisto. A casta Grand Noir tem feito parte
do encepamento tradicional de Portalegre.
6. Redondo
A Serra da Ossa, uma das maiores serras do Alentejo, eleva-se a cerca de 600 metros de altitude, dominando e delimitando a sub-região do Redondo, protegendo a vinha a Norte e Nascente, proporcionando Invernos frios e secos compensados por Verões quentes e ensolarados. Os solos, apesar de heterogéneos, privilegiam os afloramentos graníticos e xistosos, dispostos em encostas suaves com predominância na exposição a Sul. É uma das sub-regiões mais consistentes graças à proteção que a Serra da Ossa proporciona.
7. Reguengos
É a maior das sub-regiões do Alentejo, assente em terrenos pobres e pedregosos, repleta de afloramentos rochosos que marcam de forma dramática a paisagem. Os solos xistosos e o
clima profundamente continental, com invernos frios e verões quentes,
condicionam a viticultura, oferecendo vinhos encorpados e poderosos, com boa
capacidade de envelhecimento. Apesar da dimensão, Reguengos é uma das
sub-regiões onde a área de vinhedos é das mais reduzidas para as referências
tradicionais alentejanas. Na sub-região de Reguengos estão localizadas as
vinhas mais velhas do Alentejo.
8. Vidigueira
A falha da Vidigueira que marca a divisória entre o Alto e o Baixo Alentejo, determina a razão de ser da Vidigueira, a sub-região alentejana situada mais a Sul. As escarpas da falha, de orientação Leste-Oeste, condicionam o clima da Vidigueira convertendo-a, apesar da localização tão a Sul, numa das sub-regiões de clima mais suave do Alentejo. Os solos são pouco produtivos, predominantemente de origem granítica e xistosa. A Vidigueira Alberga a Tinta Grossa, uma das variedades mais misteriosas do Alentejo que alguns apontam como heterônimo para a casta Tinta Barroca. Apesar da localização tão a Sul, a Vidigueira foi durante anos palco privilegiado para os vinhos brancos alentejanos, graças ao seu clima temperado.
Serviço:
Data: 19 de junho de 2015, Sexta feira.
Horário: 18h30
Local: Bardot - Vinhos e Artes
Rua Barão de Mesquita, 978 A. Praça Verdun, Grajaú, Rio
de Janeiro.
contato@bardotvinhoseartes.com.br
Telefone: (21) 2575-9395
* Texto e fotos
do site Vinhos Alentejanos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário